Dragon Quest
Monsters: Joker (Nintendo DS)
Esse RPG lembra
bastante Pokémon, mas também possui elementos próprios. A gente coleciona os "monsters"
e é muito difícil pegar todos - nesse caso, sem pokébola. Também é possível
sintetizar duas criaturas e criar assim uma terceira, o que lembra Shin Megami
Tensei. Esse procedimento é meio sinistro porque, afinal, a gente sacrifica os
dois monstros iniciais. Outra diferença em relação a Pokémon é que, em DQMJ, o
grupo é formado por três membros. Um ponto em comum são os trocadilhos - muitas
vezes engraçados - na nomeação de cada criatura.
O enredo é bom,
com diálogos bem escritos e algumas reviravoltas interessantes, mas não chega a
ser incrível. O sistema de batalha flui bem, com golpes e monstros típicos da
série Dragon Quest. A título de exemplo, Dhoulmagus de DQVIII é um boss maldito
e psicopata que me deu bastante trabalho ao jogar aquele game, e achei legal recrutá-lo
em DQMJ. Essa ligação com episódios da série principal dá força ao enredo e ao
sistema de batalha. Intertextualidade na veia!
Gráficos e
trilha sonora também têm boa qualidade e são diversificados, como costuma
acontecer na série. Os monstros são bem desenhados e às vezes tenebrosos. O
principal responsável pela parte gráfica é um rapaz pouco conhecido chamado
Akira Toriyama. Há uma parte que faz referência ao Inferno do Cristianismo e,
como seria de se esperar, é bastante sombria. Mais uma vez, o game se distancia
de Pokémon e se aproxima um pouco de SMT.
Gostei bastante
desse jogo e pretendo jogar o segundo episódio. Nota: 7,5.
Gameplay: https://www.youtube.com/watch?v=ft0apPQ10NY&t=290s
Ys: The Ark of
Napishtim (Playstation 2)
Esse RPG/ação
traz o costumeiro herói da série, Adol Christin, com seus cabelos de fogo. O
enredo se passa em um mundo fictício que lembra a Europa de tempos antigos. Por
exemplo, há um povo que parece ser o império romano e tem uma atitude
imperialista em relação a outras etnias e agrupamentos humanos. Nesse contexto,
o protagonista se solidariza com os habitantes de um vilarejo rural que são
tratados como criaturas inferiores e tiranizados.
Embora a trama
seja fictícia, nos convida a refletir um pouco sobre a história da humanidade,
a ganância, o etnocentrismo e o genocídio. Enquanto uns são "selvagens"
porque vivem na selva, outros o são por agir com selvageria. Capisci?
Ainda que os
gráficos sejam limitados, os ambientes são diversificados e a batalha tem belos
efeitos e uma boa dinâmica. Melhor assim do que uma parte gráfica
"fodástica" que sobrecarrega a máquina e causa lentidão, pois, em um
RPG/ação, a fluidez é fundamental. Além disso, as cenas são bem feitas e ajudam
a dar sequência na trama de eventos. Os chefões são difíceis. Contra um deles,
levei várias coças, então treinei, subi de nível, adquiri equipamentos e itens
novos, e enviei o safado para a ponte que partiu. Avada Kedavra, mother fucker!
A parte sonora é
excelente. Há melodias agradáveis e vozes nos diálogos, o que confere maior
dramaticidade e possibilita praticar o "listening" do inglês. Além
disso, na parte escrita, podemos escolher entre idiomas diversos. Na primeira
jornada, escolhi espanhol. Penso em jogar de novo, dessa vez em italiano. Isso
de aprender idiomas enquanto me divirto com um jogo eletrônico é bem agradável.
Ys: The Ark of
Napishtim possui numerosas qualidades e vale muito a pena. Nota: 8,0.
Gameplay: https://www.youtube.com/watch?v=Zypqb9_1Mn4
Shadow Hearts:
From the New World (Playstation 2)
O terceiro
episódio da franquia (sem contar Kouldelka, game relacionado) traz um enredo
menos sombrio e macabro que os anteriores, em particular o primeiro, o que
agrada a alguns e desagrada a outros - inclusive, a indicação etária mudou. O
protagonista, Johnny Garland, é um adolescente que inicia sua carreira de
detetive e vai desvendando aos poucos uma trama envolvente que ocorre em vários
países das Américas, como EUA, México, Brasil, Peru e outros.
Detalhe: o
Brasil costuma ser retratado de maneira meio "zuada" em várias
situações e isso está presente aqui também. Cá entre nós, às vezes "disconcordo"
disso, outras vezes concordo. Jogue e entenderá. Os dois primeiros games se
passam na Ásia e na Europa, sempre misturando fatos históricos e ficção, e é bem
legal conhecer este "mundão véio sem portera" sem sair de casa.
O terceiro
episódio é mais suave - menos "shadow" e mais "hearts" -, é
verdade, mas ainda assim possui monstros horripilantes que parecem tirados de
um filme de terror. Aliás, a parte gráfica é a mais bem lapidada da série e o
sistema de batalhas é o mais complexo, cheio de recursos. As lutas são longas e
desafiadoras, sobretudo nos chefões: ou o jogador fica esperto, ou há de ver a
tela de game over. O sistema "Judgement Ring" requer concentração e precisão!
A trilha sonora
é ótima. Aprecio, em especial, o jazz da ambientação estadunidense. Além disso,
a variação de ambientes vem junto com diversidade das melodias. Sem dúvida, a
trilogia é competente em mostrar países diversos, inclusive no que se refere a
esse aspecto sonoro - além das paisagens, dos vestuários e, enfim, das
múltiplas culturas. Jogar Shadow Hearts é viajar na tela da televisão. Nota: 7,5.
Gameplay: https://www.youtube.com/watch?v=P3UvCZOOZLQ
ToeJam &
Earl (Playstation 3)
Esse jogo de
ação é bem divertido! Uma dupla de alienígenas acidentalmente cai no planeta
Terra e precisa vasculhá-lo a fim de encontrar as partes de sua nave e assim
voltar ao seu próprio mundo, chamado Funkotron. Durante o processo, os
simpáticos viajantes descobrem mil e um aspectos sobre o novo planeta e seus
estranhos habitantes.
Existem uns
diabinhos vermelhos que parecem fazer referência às pessoas com "espírito
de porco". Se a gente passa perto da bela havaiana dançando, é contagiado
pelo ritmo, começa a dançar também e
fica à mercê do acaso. Um fantasma sem vergonha está sempre disposto a nos
assustar com seu "oogie boogie boogie!". Caso um personagem seja
atingido por uma flecha do Cupido, os controles ficam malucos, numa referência
aos efeitos da paixão. Nesses e em outros exemplos, a criatividade e o senso de
humor chamam atenção.
A musicalidade,
composta por John Baker, é excelente, repleta de sequências melódicas do funk
dos EUA. Além disso, temos a possibilidade de fazer um som usando a manete.
Essa interatividade musical tem a ver com a origem dos personagens e aumenta a
diversão. Aparentemente, Funkotron é um mundo em que a musicalidade marca
presença em grande estilo.
O game é muito
difícil na versão original do Genesis, sobretudo porque não é possível salvar o
progresso nem mesmo com password. Já a versão do PS3, embora mantenha os
gráficos, traz a possibilidade de salvar, além dos costumeiros desafios
recompensados com troféus. Apesar da limitação gráfica, o jogo vale muito a
pena pela diversão - inclusive no modo de dois jogadores -, pela musicalidade
agradável e pela nostalgia de quem, como eu, curte jogos antigos e possuiu o
cartucho no início da adolescência. Nota: 8,0 para a versão original do Genesis
e 6,5 para a versão do PS3. Vale dizer: a nota seria mais alta se a parte
gráfica fosse melhorada no PS3.
Gameplay: https://www.youtube.com/watch?v=1P7g3X_BaBY
Flashback (Playstation
3)
Na década de
1990, esse jogo de ação foi lançado para várias plataformas, incluindo Super
Nintendo e Genesis, com o título Flashback: The Quest for Identity. Tive a
oportunidade conhecê-lo nesses dois consoles e gostei muito sobretudo de dois
fatores: a ambientação de ficção científica com viagens interplanetárias e
elementos afins; e o clima de mistério, investigação e busca pela identidade,
como o título inicial sugere. Cada jogador aprecia certas temáticas, não é
mesmo?
Em 2140, o
protagonista, Conrad B. Hart, se encontra em apuros ao envolver-se com uma
estranha civilização alienígena. Inicialmente ele sofre de amnésia e a busca
por sua própria identidade, como em um quebra-cabeças, coincide com a
descoberta de detalhes do enredo por parte do jogador.
A versão de PS3
traz várias melhorias na parte gráfica mais realista - mas ainda assim fiel ao
original -, bem como na jogabilidade mais precisa, no sistema de melhorias
semelhante a um RPG e no áudio em diálogos importantes, e temos ainda a versão
antiga para que possamos vivenciar um momento de nostalgia e/ou comparar as
versões. Nem tudo são flores e estão presentes alguns bugs chatos. Além disso,
o clima meio film noir da versão original é substituído por uma ambientação
mais amena que não me agradou.
Entre qualidades
e limitações, esse remake me proporcionou bons momentos de diversão e ainda há
bastantes objetivos a serem atingidos. Nota: 8,0 para a versão de Genesis/SNES
e 7,0 para a versão de PS3.
Gameplay: https://www.youtube.com/watch?v=-Lumnz4WG48
Análise mais
detalhada: http://www.arkade.com.br/analise-arkade-flashback-xbox-360-ps3-pc/